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Manel Rei - biografia

O meu nome é Manel Rei e ando a estudar para ser poeta.

Nasci no Porto a 10 de Junho de 1983 e vivo no Porto, na Rua da Picaria.

Tenho um irmão gémeo, o Dino.

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Até 2002 a minha vida foi bastante normal. Estudei no Porto na Escola Básica e Secundária Carolina Michaelis e mais tarde na Escola Artística de Soares do Reis, onde conheci as pessoas que até hoje me acompanham artisticamente. Durante esse tempo joguei futebol na Associação Recreativa Desportiva S. Pedro de Miragaia e podia ter sido jogador de futebol profissional, como o meu irmão Dino. Mas a poesia meteu-se no meio.

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O início do fim da normalidade na minha vida começou quando fundei, com mais três amigos, a banda de punk-performativo “Manel Rei e os Bombazine”.

Em 2004, após um épico concerto no Festival PunkyMarisco, em Vigo, fomos convidados a gravar um EP a que chamamos “O Gigante”. Apesar de o EP ter sido um fracasso comercial, a Fundação António Pedro Ribeiro decidiu entregar-me o Prémio APR – Apoio a Poetas Revolucionários e a revista “O Poeta” descreveu-me como “um poeta promissor”.

Em 2008 os Bombazine foram a banda cabeça de cartaz no Festival da Desobediência, no Porto, mas minutos antes de subirmos ao palco forcei uma discussão e separámo-nos. Como se isso não bastasse, subi ao palco sozinho e com uma retórica incendiária conduzi uma multidão bem-intencionada à destruição cega e gratuita. (A palavra é mesmo uma arma).

Como consequência pela barbárie do meu acto, estive dois dias preso, cumpri 200 horas de serviço comunitário e em Outubro fui, pela primeira vez, capa da revista “O Poeta”.

Depois disso fechei-me em casa, penitenciei-me e trilhei o caminho de uma autodestruição quase lograda não fossem os vários auxílios da Benedita.

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No início de 2013, com a ajuda da Benedita e do meu irmão Dino, consegui escapar da depressão e da autodestruição mas não da clausura, onde me encontro ainda, na Rua da Picaria, vivendo com uma avença mensal de 500€ gentilmente oferecida pela Benedita.

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Não sou feliz nem infeliz. Sou a-feliz. Isso aflige-te?

 

Tenho pensado e criado em diferentes linguagens e formas artísticas: literatura, performance, artes plásticas, vídeo e instalação.

Sempre a convite de amigos, apresento, desde Dezembro de 2015, o meu trabalho.

2020

Março

Em linha com a resposta popular à pandemia de COVID-19, Manel Rei transita de uma semi-clausura para um confinamento profilático. Apesar de a cidade do Porto, residência do proto-poeta, ser, à data, o maior foco da pandemia a nível nacional, Manel escapa ao vírus.

Durante o confinamento, a convite de Raquel André e Daniel Pinheiro, Manel Rei colabora no Festival Quarentena com o seu Auto-retrato.

2019

Novembro

A convite da Fundação Dr. Cupertino de Miranda, Manel Rei leva aos encontros Cesariny 2019 o seu espólio autoral pós-clausura - onde se incluem quatro títulos em edição de autor, ilustrações e o infame [Poema-recibo] Auto-retrato - acompanhado de um trabalho performativo resultado do cruzamento dos universos poéticos de Mário de Cesariny e Manel Rei. O proto-poeta, acompanhado por Joana Junqueira, apropria-se do título “Alguns Mitos Maiores e Alguns Mitos Menores Postos à Circulação pelo Autor” e faz a suA_versão performativa.

2018

Abril

Um ano depois, Isaque Ferreira volta à carga. Quiçá inspirado na recusa de Manel ao generoso convite para a edição anterior, o diseur e programador escolhe como tema do Realizar Poesia de 2018 o PUNK. O convite para a edição de 2018 é irrecusável. Não só pela ligação óbvia entre o tema e o trabalho do projecto Ando a Estudar Para Ser Poeta mas também porque com o convite estende-se uma passadeira de liberdade criativa e performativa que Manel não abdica.

 

Manel Rei decide levar as suas edições limitadas e numeradas do livro e ilustração “Que mal fiz eu a Deus?”, “Do dia em quem descobri ter consciência de banqueiro”, “Mínimas Manelinas”, o seu Auto-retrato [Poema-recibo] e inaugura o “Livro dos Códigos de Reposta Rápida”.

No primeiro dia de Manel no festival, após a exibição do filme do ano anterior e a pedido de Isaque Ferreira, Manel surpreende a plateia interrompendo as palmas e irrompendo pela sala com a sua performance “Que mal fiz eu a Deus?”.

No segundo dia, e também a pedido do programador Isaque Ferreira, Manel finge querer fazer uma pergunta aos protagonistas do debate sobre PUNK para iniciar, do centro da plateia, a sua performance “Do dia em que descobri ter consciência de banqueiro”. A performance é inusitada e inesquecível.

Ainda durante a presença de Manel no festival é apresentada no foyer do Teatro local a performance “Fluxos”, de Manel Rei e Joana Junqueira. Não diferentemente de outras performances do Fluxos, esta é finalizada com o leilão do exemplar produzido durante a performance. Surpreendentemente a licitação atingiu o valor de 30,30€, graças ao espírito mecenático e, em atalho de foice dizemo-lo, absolutamente desconcertante, do presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura, Vitor Paulo Pereira.

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Novembro

O livro Poemanifesto 2.0, da editora Flan de Tal, é lançado na Fundação Cupertino de Miranda, em Famalicão.

Partindo da ideia do amigo e editor João Pedro Azul, o livro Poemanifesto 2.0 (a primeira edição foi lançada em junho de 2014) traz-nos um conjunto de poemas de diversos autores que partem do poema de Mário de Cesariny Vasconcelos: “Queria de ti um país de bondade e de bruma/Queria de ti o mar de uma rosa de espuma.” Entre eles um poema de Manel Rei acompanhado de uma ilustração de Paulo Ansiães Monteiro.

Do livro resultou também uma performance poético-musical com leituras de Alexandre Sá e João Pedro Azul acompanhados pelos músicos João Mortágua, Rodrigo Neves, Pedro Jerónimo, Marco freire e Pedro Vasconcelos.

2017

Janeiro

O diseur, estudioso de poesia e programador do festival Realizar Poesia em Paredes de Coura, Isaque Ferreira, convida Manel Rei para que este apresente o seu trabalho na 2ª edição do festival.

O convite é generoso e revelador da inscrição artística que o poeta vem fazendo no território.

O festival Realizar Poesia é um momento único e de charneira na biografia de Manel: pela primeira vez, pós clausura, é oferecido um cachet a Manel Rei pelo seu trabalho e é também dada a oportunidade ao poeta para figurar junto dos mais sonantes nomes da poesia portuguesa.

Para espanto de todos, Manel Rei recua e recusa o convite.

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Maio

O exemplar único do livro Mínimas Manelinas, de Manel Rei e "dedicado ao Máximo", integra a Mostra de livros de artista, fanzines e arte postal integrados no MiniZineFestPt 2017.

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Dezembro

Um ano depois o trabalho Manel Rei torna ao Centro Comercial de Cedofeita, para a terceira edição do Zine Fest,nos dias 1, 2 e 3 de dezembro.

Desta vez sem marcar presença, alegando razões pessoais, mas carregando consigo um corpo de trabalho, Manel e o projecto Ando a Estudar Para Ser Poeta levam a Exposição da Vida e Obra de Manel Rei, onde se incluem os vídeos e ready-mades manelinos; o livro e ilustração, em edições de autor, limitadas e numeradas, "Que mal fiz eu a Deus?""Do em em que descobri ter consciência de banqueiro" e "Mínimas Manelinas"; e inauguram, em estreita colaboração com o Monsenhor enVide Nefelibata, o poema-recibo "Auto-retrato".

Manel acrescenta também ao espólio de Livro e Ilustrações, as ilustrações em grande formato "Que mal fiz eu a Deus?, "Do dia em que descobri ter consciência de banqueiro" (A3) e "Mínimas Manelinas" (A4).

2016

Maio

Entusiasmado com a calorosa recepção do público e da organização na [a]mostrar e com o intuito de intensificar a interpretação que dele se possa fazer, Manel Rei convida a sua amiga e cúmplice artística Joana Junqueira para o apoio técnico e plástico.

Na segunda saída após a clausura auto imposta e a convite do seu colega de equipa de futebol na Associação Recreativa Desportiva de S. Pedro de Miragaia Miguel Branca, Manel Rei apresenta na recentemente inaugurada Casa Branca Porto a performance Que Mal Fiz Eu a Deus? e estreia-se publicamente em formato instalação com a exposição Vida e Obra de Manel Rei.

 

Agosto

Manel Rei convida Mey Reles, amigo de infância e um dos membros dos extintos Manel Rei e os Bombazine, para ambos trabalharem nas ideias e pensamento de Manel, pós-clausura.

Do resultado desse encontro conhece-se apenas isto.

 

Setembro

A convite do amigo da família Eduardo Faria e por ocasião do aniversário do grupo Varazim Teatro, Manel Rei apresenta a performance Que Mal Fiz Eu a Deus? e a exposição Vida e Obra de Manel Rei no festival É-Aqui-In-Ócio.

Manel reincide na parceria com Joana Junqueira.

Com o inestimável apoio da amiga, alarga a exposição com Vídeos Manelinos e convida-a para, definitivamente, o acompanhar na performance Que Mal Fiz Eu a Deus?.

Ainda no festival É-Aqui-In-Ócio é lançada a segunda edição limitada e numerada do livro e ilustração Que Mal Fiz Eu a Deus?, desta vez dedicada à poeta Matilde Campilho.

 

Dezembro

Os dias um, dois e três de Dezembro de 2016 revelam-se torrenciais na biografia de Manel Rei.

A convite do seu recente amigo João Pedro Azul, editor da revista Flanzine, para participar no Festival Zine Fest, no Centro Comercial de Cedofeita, Manel decide apostar em definitivo nos formatos edição, instalação e performance.

É lançada a primeira edição limitada e numerada do livro e ilustração Do Dia Em Que Descobri Ter Consciência de Banqueiro, dedicada a Agostinho da Silva e é lançada a terceira edição limitada e numerada do livro e ilustração Que Mal Fiz Eu a Deus?, dedicada a Elena Ferrante.

Manel Rei aproveita a ocasião para alargar e aprofundar a exposição da Vida e Obra de Manel Rei: acrescentando mais Vídeos Manelinos, inaugurando uma secção de Ready-mades Manelinos e, no seguimento da sua intenção de se aproximar do público e vincar o seu paradoxo identitário, Manel lança-se no difícil desafio de fazer Visitas Guiadas à sua exposição.

Não surpreendentemente, Manel e Joana Junqueira tornam a trabalhar juntos: a par da performance e novamente com o apoio técnico e plástico da amiga e artista, o poeta estreia a performance Do Dia Em Que Descobri Ter Consciência de Banqueiro, apresenta pela terceira vez a performance Que Mal Fiz Eu a Deus? e, mas desta vez em criação conjunta, Manel Rei e Joana Junqueira apresentam o exercício literário e sonoro experimental Fluxos.

2015

Janeiro

Por intermédio de Benedita a revista O Poeta propõe a Manel Rei que este seja, pela segunda vez, capa da revista. Manel aceita com a condição de não ser entrevistado, ter controlo artístico absoluto sobre a sessão fotográfica e ficar com os brutos das fotografias.

Da sessão resultou uma série de quatro fotografias iconoclastas publicada na revista O Poeta nº 44.

2014

Encorajado e inspirado pela sua mecenas, Manel trabalha numa série de pequenos objectos a que chamou Ready-Mades Manelinos.

2013

Abril

Aconselhado por Benedita, Manel vai visitar o irmão Dino Rei, na Tailândia, onde Dino joga na liga profissional de futebol.

 

Outubro

De forma a fixar Manel no Porto, Benedita decide alugar um apartamento na Rua da Picaria e dar a Manel uma avença mensal de 500€.

2012

Dezembro

Para estupefacção de todos que lhe eram próximos, Manel Rei acreditava que a 21 de Dezembro de 2012 “tudo ia mudar e tudo ia ser perfeito.”

A 21 de Dezembro de 2012 nada muda.

Após uma temporada de solidão, apatia e entorpecimento catalisados pelo clausura, o álcool e as drogas, Manel Rei delibera ter já cumprido o castigo pelo seu comportamento.

Resoluto a encontrar um caminho diferente para a sua vida e humildemente consciente que sozinho nunca conseguirá, pede ajuda ao seu irmão Dino.

Dino reencaminha Manel para Benedita.

2010

Março

Manel Rei é encontrado caído na rua. No hospital são-lhe diagnosticados alcoolismo e subnutrição.

Através do seu irmão Dino, Benedita toma conhecimento da situação de Manel e ajuda-o, temporariamente.

2008

Fevereiro

Não obstante as diferenças a banda acredita na cumplicidade e insiste numa pequena turné pelos locais por onde passaram em 2004.

 

Agosto

Manel Rei e os Bombazine são convidados para actuar no Festival da Desobediência, nos jardins do Palácio de Cristal, Porto (22, 23 e 24 de Agosto de 2008), no último dia do festival.

Minutos antes do concerto, Manel e a banda têm uma violenta discussão e separam-se. Manel sobe ao palco sozinho. Bêbado e violento, insulta a audiência e a organização do festival. Agride um elemento do público e seguem-se uma batalha campal e consequente destruição do espaço.

Manel Rei passa a noite na esquadra e cumpre 200 horas de serviço comunitário na Paróquia do Marquês, Porto.

 

Outubro

Manel Rei é, pela primeira vez, capa da revista O Poeta, edição nº 20.

A entrevista, por Anabela Casal Rio, e a respectiva sessão fotográfica mostram um Manel magoado, revoltado, rancoroso e ressentido com a banda, a comunidade punk e o mundo.

“Custava-lhes alguma coisa existir só para mim?” e “Queria desfazer o mundo com as minhas próprias mãos para depois montá-lo à minha maneira.” são as frases lapidares destacadas na capa da revista.

 

Dezembro

Manel Rei refugia-se no álcool e nas drogas, renuncia à leitura e à escrita e tortura-se com culpa e arrependimento.

Auto-inflige uma solidão e semi clausura que durará um período de cinco anos.  

2007

Setembro

Manel Rei e os Bombazine decidem reunir-se.

A banda rapidamente reconhece a distância estética e o desfasamento ético e filosófico existente.

2005

Janeiro

Na edição nº 5 da revista O Poeta, a única publicação nacional exclusivamente dedicada à poesia, Manel Rei é descrito como “um poeta promissor”.

 

Junho

Manel Rei e os Bombazine separaram-se.

 

Agosto

Manel Rei conhece Benedita, que rapidamente o integra no difícil meio das letras português.

A improvável amizade entre Manel (poeta punk e libertário) e Benedita (aristocrata brasonada) fortalece-se e Manel torna-se presença assídua nas faustosas e bem frequentadas festas organizadas por Benedita.

2004

Junho

A dezanove de Junho Manel Rei e os Bombazine actuam em Vigo, no Vigo Paelha Sound – Festival de PunkyMarisco.

No final do concerto o mítico produtor Santiago Tui convida a banda para gravar um EP nos Rebolación Studios, em Vigo.

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Julho

Manel Rei e os Bombazine gravam o EP O Gigante, (Lado A – O Gigante, Lado B – O A-não), nos Rebolación Studios, em Vigo, produzido por Santiago Tui.

 

Agosto

Alavancados pela gravação do EP e apoiados pela editora, a treze de Agosto, Manel Rei e os Bombazine lançam o EP O Gigante, num concerto “de escatologia neo-burguesa” no Pachuca Bar, em Vigo.

Seguem-se mais concertos, show cases e entrevistas.

Apesar da reacção do público ser positiva, as vendas do EP ficam muito abaixo das expectativas.

Numa crítica do jornal Blutz, Alexandre Salgueiro classifica O Gigante como “refrescante” e destaca a “atitude marginal, de revolta”. Contudo, no mesmo texto, o crítico afirma que “nem Santiago Tui, o mítico produtor de punk galego que nos habituou a transformar o degenerativo em algo substancial, foi capaz de transformar Manel Rei e os Bombazine num conjunto musical”, concluindo com um “salvam-se no entanto Manel Rei e a sua poesia”.

 

Outubro

No dia trinta e um de Outubro Manel Rei recebe da Fundação António Pedro Ribeiro o prémio APR – Apoio a Poetas Revolucionários, pela excelência dos seus ideais libertários”. O prémio é entregue pelo próprio António Pedro Ribeiro.

O prémio literário tem associado um prémio financeiro no valor de dez mil euros.

2002

Manel Rei, juntamente com um grupo de amigos, funda uma banda de punk performativo intitulada Manel Rei e os BombaZine.

1993-2003

Manel Rei e o seu irmão gémeo Dino Rei, são jogadores de futebol na Associação Recreativa Desportiva de S. Pedro de Miragaia.

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